Ben,

17.9.16 -

Ainda esses dias protegi você dos colegas de trabalho no cafezinho pós-almoço: sim, ele é um gato; não, nem acho ele robotizado; porra, ele atuou bem em Gone Girl! E Argo? Como questionar a sua obstinação após o Oscar? Só sendo muito doido pra achar que você fará um Batman ruim – e ri por dentro quando li por aí matérias que apontavam como sucesso absoluto entre os chefões da DC o seu herói de Gotham. Mas amigo, que mancada. Se tudo isso em relação à ex-babá for real, não tenho como te defender.

Você entrou na minha lista de eternos crushs em Gênio Indomável (que Matt Damon que nada, eu só tinha olhos para o seu lado bad boy das quebradas e porte de homão de sempre). Consegui até mesmo perdoar aquele Demolidor meia boca dos anos 2000. Tudo bem. Porém, que coisa: o único culpado pela sua separação da Jennifer é você mesmo. Numa relação onde existe fidelidade e, mais que isso, lealdade, foi o senhor que rompeu o contrato e quebrou o encanto da confiança.

Fico meio deprê toda vez que preciso dar de cara com as manchetes em letras garrafais que gritam coisas como “Quem contrata uma babá dessas?” ou “Saiba quem é a gata pivô da separação do casal Garner-Affleck”. Pode uma moça tão jovem e, sim, bonita ficar com a culpa toda para que digira sozinha? Tem como jogar a responsabilidade no colo da matriarca da sua fofíssima família, a senhorita Elektra, por ter confiado nas habilidades de uma mocinha simpática cujos filhos adoravam? Não, não e não.

Eu sei, defendo muito o princípio de faça-com-os-outros-apenas-aquilo-que-gostaria-que-fizessem-com-você. Já fui (muito) corna e, por mais maravilhoso que eu ache o rapaz e excitada esteja, algum tilt de consideração me paralisa e não levo a coisa adiante. Penso assim, mas não me coloco em posição de julgar migas que pegam quem bem entendem pois ostentam o status de solteiras. Se sei o quanto a menina comprometida vai sofrer com o baque, não faço. Ainda mais caso a moça fosse minha chefe. Contudo, essa sou eu e minhas cicatrizes expondo aprendizados.

Estanca na garganta aqui essas histórias todas de presentes caríssimos e suítes alugadas para a menina Christine. Quase vomito quando vejo quem pense que a moça aceitou o emprego apenas para o fisgar. Até onde sabemos, quem estampava aliança e uma vida de bom pai workaholic que faz discursos apaixonados para a esposa em entregas de prêmios, era você. Crises existem, casais se desencantam, o desgaste domina o que antes eram flores, jantares românticos e serotonina pura. Normal. Agora, que a mina obrigou vocês – o senhor e o guapo Tom Brady - a cometer o delito do adultério (que, nem sabemos se, de fato, ocorreu)? Duvido. Aliás, desacredito.

Benjamin, amanhã é seu aniversário. 42 com carinha de 35, três filhos lindos e uma reputação bacana em processo na indústria cinematográfica. Mas, cara, se for tudo verdade mesmo, você errou. Passou a rodada, perdeu a vez. Também não podemos julgar você ou a sua felicidade; vai que o casamento já estivesse terminado e não sabíamos? Vai que aconteceu justo o contrário e a sua discrição em aparecer pouco em público e não aparentar tristeza sejam justamente o seu trunfo? Vou continuar daqui de tão distante argumentando a favor da sua beleza, humanidade, boa atuação. Eu deslizo, tu deslizas, eles deslizam, nós deslizamos. O que importa é a nossa real capacidade de conseguir levantar.

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